domingo, 11 de janeiro de 2009

Ensaio sobre a Cegueira

Muito antes do José Saramago ter ganho o prémio Nobel, já o ‘Ensaio sobre a Cegueira’ figurava na minha short list. Li-o ainda era adolescente e lembro-me que adorei o livro, a história, enfim toda aquela metáfora. Honestamente depois deste, tentei ler um ou dois livros do Nobel, mas sem sucesso e recordo-me que ao mesmo tempo o ‘Todos os Nomes’ estava em voga, todos falavam do livro, o mesmo é dizer que foi ideia de presente para muita gente naquele ano. Nunca o cheguei a ler, ouvia algumas pessoas a dizer bem e várias a dizer muito mal. Outras diziam que tinham feito um sacrifício enorme e portanto eu retraí-me. Não fui procurar a minha opinião, simplesmente, o coloquei de lado.

Passado outro tempo da minha vida, ofereceram-me mais uma obra do ‘mestre’: ‘Intermitências da Morte’. Comecei e nunca mais parei. Só no fim, com um sorriso nos lábios, porque é bom quando acabamos de ler um livro e pensamos que gostavamos de ter sido nós, a pensar naquele argumento e a transcrevê-lo com uma pena. O livro é muito bom, brinca com a vida e brinca com a morte, eu rio-me pelo espírito sagaz com que Saramago descreve, contorna e nos confronta de forma cruel e irónica com a Morte.

Tudo isto era para falar do filme que receava ver, como todos os filmes que vamos ver depois de termos gostado muito do livro, o mesmo é dizer, depois de nós próprios termos criado as nossas imagens, as nossas personagens, é vermos a nossa versão interpretada por outra pessoa. Menos mal, gostei muito do filme e da forma como a essência da história foi captada, mas ainda bem que primeiro desenhei o meu cenário e criei as minhas expectativas.

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Sofia Almeida

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