quarta-feira, 1 de julho de 2009

Serviço Público volta a Desiludir


A semana passada precisei de tirar o cartão de cidadão para mim e para os meus filhos de 7 meses e 2 anos. Refiro a idade porque neste caso deveria fazer a diferença. Tinha-me sido dito que por serem crianças eu teria prioridade e não teria que estar nas filas.

Não foi bem isto que aconteceu.

Cheguei à 1ª Conservatória e não pude tratar do documento em causa porque tinham a máquina das fotografias avariada. Passei à 2ª e foi-me dito que as senhas já tinham sido distribuídas até às 10h da manhã, para tentar noutra conservartória. Cheguei à 5ª e por cima da senhora com quem falava para me contar a mesma história, estava uma placa que dizia: Mães com crianças de colo têm prioridade e não precisam de senha. Ora bem, parece-me que o meu filho com 7 meses se encaixa neste padrão. Mas a senhora insistiu, já demos as senhas todas de hoje. Cansada e farta de tanta burocracia e inactividade ia começar a argumentar com a senhora, se não quando, me acontece uma situação deliciosamente insólita, a senhora a quem eu tinha pedido permissão para interromper, deu-me uma senha, disse que tinha a mais.

Agradeci, subi à 10ª e tinha o número 12, o contador ia no número 10. Cheguei e perguntei se tinha prioridade, uma vez que as crianças estavam impacientes. Disseram que sim, mas só para eu me sentar e esperar. Porque tive que esperar pela chamada do número 12 para ser atendida. Dois números parece rápido não é? Mas levou mais de 1 hora, porque entretanto o sistema informático ia constantemente abaixo. No final quando me ia preparar para reclamar e assinar o livro, a funcionária dizia com um ar desgostoso. - "Atraso o meu trabalho para tratar destes cartões, as pessoas reclamam e o resultado é que nos mandam embora por incumprimento de objectivos e cada vez há mais trabalho e menos pessoas."

Posto isto, paguei, ainda agradeci e não tive coragem de escrever uma palavra. E assim continua a miserável história de várias pessoas que precisam do cartão de cidadão e passam horas intermináveis à espera de uma migalha, de uma esmola ou de senha.

Sofia Almeida

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