Ermida da Nossa Senhora da Visitação

O fim-de-semana passado foi dedicado ao Alentejo e por isso fui descobrir Montemor-o-Novo. Chegada à terra, um amigo da região desafiou-me para conhecer a Ermida da Nossa Senhora da Visitação.

A sua localização era num monte com uma vista privilegiada sobre toda a cidade e arredores, parei e estive a ouvir atentamente a historia da tal Ermida. Tinha sido mandada construir pelo 2º Foral de D. Manuel I, por ocasião da Viagem de Caminho Marítimo para a Índia, conduzida por Vasco da Gama. Cumprida a promessa sobre a sua construção, no caso da empresa se revelar um sucesso, todos os fiéis da região começaram a frequentar o espaço, a embelezá-lo e sobretudo a protege-lo do tempo.

Entrámos e deparamo-nos com algo pequeno, mas muito bem preservado, no entanto, a magia do espaço ainda estava por descobrir. Fui conduzida a uma pequena sala junto ao altar que me encheu de estupefacção – as suas paredes estavam recheadas de quadros pintados à mão que relatavam os milagres da nossa Senhora da Visitação aos habitantes da localidade, casos tão insólitos como a perca de um burro, recuperado mais à frente pela pobre família, como resposta aos votos apresentados anteriormente à Santa.

Mas a surpresa ainda não tinha terminado, contígua a esta sala, havia uma outra, mas desta feita repleta de fotografias, grandes e pequenas, com e sem moldura, antigas e modernas. Jovens raparigas que tinham levados os seus amores à Santa e pedido a sua divina protecção para a Guerra. Houve mesmo quem voltasse e tivesse trazido consigo alguns malfeitores de África para oferecer à Santa, como forma de agradecer e anunciar o regresso, crocodilos e uma jibóia são apenas alguns dos exemplos presentes.

Este local é mais rico em termos de informação, ícones e elementos que caracterizam as várias gerações e a própria sociedade da época, do que muitos museus que por aí proliferam.

Sofia Almeida