Ainda não li, nem comprei o Caim, a última Grande polémica de José Saramago. Mas sei que muito se tem escrito e falado sobre a obra. Tem tido tempo de antena no telejornal, tem ocupado páginas dos principais jornais nacionais, até os euro-deputados já se pronunciaram sobre o assunto, mas o que me levou a escrever sobre o tema foi o Programa da TSF da manhã, se ter debruçado hoje sobre os comentários do Saramago à Igreja Católica.
Este é o tema quente do momento. Tenho a minha própria opinião sobre a polémica, mas não é sobre ela que quero escrever, é sim, sobre a imensa pena de termos um Nobel da Literatura, ainda vivo felizmente, e conotar-se o feito a tantos comentários depreciativos, onde até a nacionalidade do senhor é posta em causa...
Eu vou abstrair-me de opiniões e de comentários a este fenómeno social e sociológico e felicitar o escritor pelas duas magnificas obras que eu tive o prazer de ler e que adorei. Ensaio Sobre a Cegueira, cuja genialidade foi motivo de guião para um filme holiodesco e parabéns ao realizador, pois quantas vezes as nossas expectativas de ver um filme baseado num livro lido, são goradas? Mas li entretanto, outra obra magnifica que me marcou: Intermitências da Morte! Brilhante. A forma e a perspectiva com que o autor apresenta a morte é maravilhosa, é séria, faz-nos rir, imagine-se rir com um tema tão tétrico, tão imponente e tão inevitável como a morte... Eu no final de várias passagens, pensava para comigo, eu gostava de ter escrito isto ou gostava de ter pensado nisto antes. É magnifico.
Demagogias e comportamentos egocêntricos à parte, José Saramago é um Génio. Aconselho todos aqueles que nunca se aventuraram a ler Saramago, a tentar começar pelo Ensaio sobre a Cegueira. Aos que já conhecem, atrevam-se a ler as Intermitências da Morte que começa assim: “No dia seguinte ninguém morreu (…)”
Sofia Almeida
2 comentários:
Concordo plenamente! *
A ver o "Especial Informação da RTP1" de hoje(ainda nao disponivel online).
Confesso que não sõ fã da escrita de Saramago. Já tentei várias vezes e simplesmente não me identifico, mas concordo com o talento inato que Saramago tem.
Deu uma entrevista ontem à Judite de Sousa bastante lúcida e frontal.
CN
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